quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Mórtch! :. P.11

Estranho falar sobre isso? Blz, então não fala não, só lê. ; D

Estive lendo no Pensar Enlouquece sobre a suposta morte de uma colaboradora, e das grandes, da blogosfera brasileira. Maria Elisa Magalhães, a Meg.
Uma das mais qualificadas professoras da UFPA, de Belém do Pará, na qual lecionava filosofia, com maestria, segundo relatos, ela sofria de profunda depressão e por isso costumava afastar-se da sociedade, como atesta um de seus alunos que dizia que esta às vezes passava aulas seguidas sem aparecer na universidade (o relato consta no Pensar Enlouquece).
Pois bem, depois de sofrer um processo administrativo o qual atestava que estava impossibilitada de trabalhar, Meg, imergiu no mundo da internet ainda mais, tendo dito que o quê a levara a blogar era a dor causada por duas doenças graves: a severíssima depressão já citada, e câncer.
Em 14 de janeiro muitas pessoas receberam a triste notícia de que Meg teria falecido em virtude do agravamento do câncer.
Mais de 50 blogueiros de Brasil e Portugal aprensentaram seus pesares pela perda da amiga virtual, que à estas alturas de sua vida realmente só tinha amigos virtuais, por isolar-se por completo. Ao que parece havia trocado a vida social pela vida na web.
Eis que surge a notícia, menos de 15 dias depois de que a morte de tal pessoa seria uma farsa, preparada por ela e uma amiga, que se disse presente no hospital o qual acontecera a fatalidade. Com isso, disparou-se nos blogs de seus amigos uma incrível ira contra sua atitude...
Paremos pra pensar, enquanto era dada como morta, a pessoa era idolatrada e recebia elogios mil de qualquer pessoa que houvesse qualquer contato com seus textos. Depois de "ressucitada" foi vítima de opiniões precipitadas de quem simplesmente não parou para analisar o quadro da pessoa.

Lembre-se, ela sofria de depressão profunda e costumava isolar-se da sociedade. Será que não é motivo suficiente para que alguém, num momento de tristeza profunda e aversão ao mundo que trancorre à sua janela, simplesmente decida que "não quer mais viver"? Não necessariamente retirando a própria vida. Entenderam né?

É pena que temos que presenciar casos como esse, e o que a nossa sociedade causa de disfunções na cabeça das pessoas.
A minha posição sobre tudo isso é a seguinte: respeito, apenas respeito pela situação e pela escolha do indivíduo, seja ele quem for.

Deixando um pouco o caso de lado, agora pensando na representação da morte pra nós, vivos.
Certamente as pessoas próximas à nós, as quais partem, nos fazem falta e causando muito sofrimento para quem fica nesse mundo.

Será que não deveríamos pensar nesse acontecimento como algo normal, comum e única certeza da nossa vida?! Algo como aprender a andar, quando se é bebê, ou como comer todos os dias, etc.
Sei que é difícil pensar dessa maneira considerando as relações de afetividade que são atribuídas pela natureza do ser humano.
Então de onde vem a dor? Do pesar pelo fim da vida de um ente querido ou será pela falta que este irá lhe fazer no seu dia-a-dia?
Não te parece egoísmo lamentar pela falta que vai lhe fazer alguém que "descançou" de uma doença ou angústia que o fez sofrer em vida?!
Se é assim, dá graças a Deus que se foi e descançou em paz, pois não é possível que vc queira que alguém fique ao teu lado vendo que a pessoa vem sofrendo!

Apesar disso, prefiro que sejamos tristes em certos momentos de nossa vida por lamentar uma perda, do que desprovir o ser humano de laços afetivos...
Sabemos que se hoje ficamos tristes com a falta de alguém é pq, com certeza, um dia alí houve afeto, não importando gênero e grau!!!

Desculpem a seriedade e falta do toque de humor nesse texto, é que não tinha clima, né?

Vlw pra quem leu até o fim.

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